Já lá vão quase 18 anos. Estamos
prestes a atingir a maioridade. Começámos tão timidamente. As borboletas
regressam quando penso. Ainda me lembro do teu olhar quando saímos das aulas de
latim. Das conversas com a Canocha nos intervalos da João de Barros. Das cartas
que recebia em envelopes azuis para teres a certeza que chegavam antes de ti. Das
provas de amor que o Ricardo me entregava. Eram poemas. Eram palavras. Músicas.
Eram as sextas-feiras em que aparecias lá na escola. Vinhas a correr da Ota. E
eu saía a correr das aulas. Sabíamos que éramos um para outro. Feitos um para o
outro. Destinados. Rapidamente trocámos de nome. Rapidamente passámos a ser o “amo-te
muito” um do outro. Bem cedo sentimos que era mais que muito. Mais que tudo.
Mesmo que timidamente. Fomos crescendo. Temos crescido juntos. Já nos
contagiámos. Já somos um bocadinho o outro. Mas sem nunca deixarmos de ser nós.
Já me deste muitas provas de amor. Muitas. E a maior de todas é que nunca
desistes de mim. Depois de todos estes anos. Fazes questão de me ir
conquistando. E eu acho sempre muito. Acho sempre que és muito. Que tenho
sorte. És de facto especial. Acho que tens noção, mas não imaginas quanto. E o quanto
isso é mágico. Sabes que por vezes deverias ser menos. Olhar mais por ti e
menos para mim. Mas não consegues. Não consegues dizer-me não. Estou mal-habituada.
Como sempre fui. Rodeada de amor. Não consigo viver sem ser de coração cheio. E
tu... consegues encher-me sempre este meu coração. E hoje estamos ainda mais
apaixonados. Há um terceiro amor. Que nos preenche mais, mas que nos desafia
mais. É inevitavelmente uma distração ao nosso namoro. Estamos apaixonados por
ela. A nossa Alice. Ao longo destes anos nunca quisemos muito ser pais. Mas
decidimos sê-lo precisamente pela nossa história. Por esta cumplicidade. Este
destino que somos um do outro. Funcionamos. E houve um dia em que decidimos que
seria um desperdício não darmos outra vida a este amor. Sentimos que teríamos de
dar esta felicidade a alguém. É presunçoso. Mas é a verdade. E ainda bem que
assim foi. Estamos a viver um novo ciclo. Mais cansados e menos dedicados um ao
outro. Estamos num novo momento de conquista. E aos poucos vamo-nos reconquistando.
Sei que é para a vida toda. E em bom. Mas às vezes também tenho medo. Embora
não consiga imaginar de outra forma. Às vezes tenho medo que desistas de mim.
Não sei viver sem ti. Atingimos a maioridade juntos. E na fase menos madura da
nossa vida. Acho que estamos entrelaçados. E vamos para sempre estar. Hoje
comemoras 36 anos. Caramba, já passámos metade da nossa vida juntos. Que
loucura! Que imensidão. Que utopia. Parece que somos de outro tempo. Mas não.
Somos o destino um do outro. E, tu, és um coração muito especial. És poesia. Moves-te,
silenciosamente, pela dedicação aos outros. E fazes-nos mover. A mim e à nossa filha. Tens amor e humor para dar. Tens no espirito a missão de me preencher. De
me fazer sorrir. Eu só consigo retribuir. Agradecer. E viver serenamente junto de ti. Obrigada.
Parabéns Victor pelo dom da vida e parabéns Célia pela capacidade de exprimirem aquilo que é visível a quem convosco partilha alguns momentos, nem que seja por muito pouco tempo. Beijinhos e felicidades aos três.
Muitas felicidades Célia! Que venham muitos mais anos de amor para vocês.
ResponderEliminarBeijinho grande
Parabéns Victor pelo dom da vida e parabéns Célia pela capacidade de exprimirem aquilo que é visível a quem convosco partilha alguns momentos, nem que seja por muito pouco tempo. Beijinhos e felicidades aos três.
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